‘O futebol também é vida’, diz Schulle sobre possibilidade de retorno dos jogos
CBF, Federações e clubes discutem possibilidades de retorno de treinos e competições, dependendo do aval de cada estado e seguindo protocolo médico desenvolvido pela entidade
O cenário para o calendário do futebol fica cada vez mais apertado, ao passo em que o número de casos de pessoas infectadas com a Covid-19 cresce de forma desordenada no País. O Brasil contabiliza nesta quinta-feira (30) 79.361 casos confirmados, sendo 5.511 óbitos e 34.132 pacientes recuperados. As possibilidades para o retorno dos treinos de futebol foram levantadas pela CBF, na terça, através de videoconferência com representantes das federações estaduais, e podem ser concretizadas em maio, ainda com indefinição de datas.
Em live no Instagram do ex-treinador de Náutico e Santa Cruz, Roberto Fernandes, o atual técnico coral, Itamar Schulle, defendeu a importância dos cuidados sanitários necessários para esse possível retorno, mas também indicou posicionamento favorável à volta dos jogos.
“A vida é mais importante do que qualquer coisa, mas o futebol também é vida. O futebol traz alegria para o povo, traz vida para o povo, aquela alegria de pré-jogo e no dia do jogo. Então, eu acho muito importante também voltar o futebol. Claro que a vida está em primeiro lugar, com os cuidados que a gente precisa ter e que estamos tendo, o mundo todo. Mas o futebol faz parte da vida das pessoas que são amantes de esportes no geral” iniciou Schulle.
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Em seguida, o treinador coral destacou as mudanças de planejamento em decorrência da indefinição sobre a volta às atividades no Arruda e indicou preocupação sobre a quantidade de dias que será determinado para que os atletas se recondicionem fisicamente durante a intertemporada.
“Conversando com o presidente, o Tininho, também mudamos algumas vezes aquilo que tínhamos planejado, a data mudou, que iríamos nos apresentar. Então, isso me preocupa, primeiro: quando a gente retornar, quantos dias vão ter os clubes para preparar os atletas? No Santa Cruz, a maioria dos atletas foram para suas casas. Não tem como acompanhar de perto, tem como orientá-los, conversar com eles, explicar o trabalho e eles dão o feedback. Mas quando voltarmos, quantos dias a Federação (Pernambucana) vai nos dar? Vai nos dar, no mínimo, vinte dias para preparar os atletas?”, questionou.
O Santa Cruz adiou o prazo de retorno das atividades internas do clube para o dia 18 de maio, com possibilidade de extensão da data caso a situação da pandemia não esteja controlada no Estado até lá.
CBF
Na terça-feira, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e representantes das federações estaduais discutiram o calendário do futebol brasileiro sob a possibilidade das atividades dentro de campo voltarem em maio, após o encerramento das férias coletivas dos atletas, que acontece nesta quinta (30). A ideia foi sugerida pela entidade máxima do futebol nacional, que elegeu autonomia às federações para decidirem, dentro de cada cenário, sobre o retorno dos treinos em cada estado.
A CBF enfatizou que a retomada só seria possível sob aval das autoridades sanitárias. Um protocolo com medidas restritivas elaborado pela entidade também foi repassado aos clubes e deve ser seguido à risca caso os governos deem carta branca para o retorno da modalidade.
Pernambuco
Na quarta, entretanto, o secretário de saúde de Pernambuco, André Longo, indicou que o Governo do Estado não é compatível com o retorno de treinos em maio, tendo em vista o momento do acentuado crescimento de casos no Estado.
“Aqui, nós estaremos atentos ao cumprimento do decreto estadual. Não consta que o futebol é atividade essencial. Infelizmente, não há condição para isso por conta da franca aceleração da curva epidêmica. Voltar a ter uma vida normal no campo de futebol vai fazer com que eles (atletas) adoeçam. Não queremos ver isso. Precisamos nos resguardar neste momento de maior gravidade. Não me parece adequado esse retorno", explicou. Segundo o último boletim divulgado pela Secretaria de Saúde, nesta quinta, Pernambuco soma 6.876 casos confirmados de Covid-19, 565 óbitos e 1.074 curas clínicas.